Decepcionante

Tentei fingir que não via o que estava acontecendo, tentei fingir que era só um show, um jogo treino. Até pensei “Eles devem estar alegrando os espectadores enquanto a torcida não chega”. Mas não, foi a mais dura realidade. Pior que a derrota pro Velez na Argentina, um empate com gosto de nada. Não foi um empate com gosto de derrota porque a derrota é amarga, indigesta e deixa uma sensação, a revanche. Conto os minutos até o jogo contra o Velez no Mineirão. Agora esse empate não desperta nenhum sentimento para a torcida, pelo menos a celeste. Fica em nossos corações uma sensação estranha, algo atravessado. O grito da vitória que não saiu.

Assim foi o final do jogo da libertadores, que mais parecia o rural, com público de rural. Se eu falei que o Flamengo jogou como se fosse num estadual, o Cruzeiro fez o mesmo, mas pelo menos o resultado dos cariocas fez muito mais sentido que o resultado mineiro. Um jogo apático, com pouca disposição, passes errados a reveria, o que acaba desconstruindo o estilo de jogo celeste criado pelo professor Adilson. E um jogo muito travado, cheio de faltas, vê-se pela quantidade de cartões, isso também é totalmente contrário ao jogo de velocidade celeste.
Eu posso citar centenas de desculpas, veja algumas:
- O campo estava horrível, atrapalhando o futebol com a bola no chão.
- Depois que o Cruzeiro reagiu, ligaram as duchas que molharam o campo e acabou tornando o futebol ainda mais difícil.
- Os jogadores ficam nesse revezamento de time o tempo todo, o que acaba com o entrosamento.
-O foguetório que fizeram na noite anterior junto com a longa viagem deixou os jogadores cansados.


Para quem quiser aceitar uma dessas desculpas, pode parar de ler por aqui, obrigado e até a próxima. Saudações celestes pra você!!


Mas o que aconteceu de verdade foi que o time estava indisposto, correu pouco se deu pouco. Preocupou-se pouco em ser melhor que o Deportivo Italia. Por isso mesmo fez pouco.

Muitos a essa altura questionam o elenco, criticam o técnico, mandam o Perrella tirar a mão do bolso, mas não é SÓ isso. O que realmente não fez a diferença foi a garra, a disposição, o espírito de jogador cruzeirense, isso não existiu nesse jogo.
Com a disposição apresentada nesse jogo, jamais seríamos campeões das duas Libertadores que temos, jamais levaríamos aquela Copa do Brasil que ganhamos em 2000 em cima do São Paulo. E digo mais, se continuarmos assim, tenho minhas dúvidas se passaremos da fase de grupos, haja vista que somente seis segundos colocados vão passar dessa vez.
Torcedor celeste, está na hora de Exigirmos algo que dinheiro nenhum compra. Está na hora de vestirmos nossas camisas, erguermos nossas bandeiras e em plenos pulmões gritarmos por GARRA, RAÇA!! Jogador cruzeirense tem que jogar com a bola nos pés e o escudo no coração. Aquele que jogou assim foi o Kléber e fez bonito, mesmo sendo expulso.

Se resolvermos esse problema, grande parte terá sido resolvida. Outra parte do problema vem agora.

Perrella, pelo amor de nosso Pai, tira a mão do bolso e compra um zagueiro digno de Libertadores da América, por favor. Nossa zaga hoje conta com bons nomes, mas totalmente irregulares, jogam alguns jogos como reis, como xerifes, mostram que é que manda lá atrás. Em outras partidas, por outro lado, erram de formas grotescas, tomam bola nas costas, dão botes errados, se desentendem. Precisamos de estabilidade lá atrás.


O meio campo estava viajando, conseguia arrancar alguns bons lances quando apertava na marcação e jogava mais perto dos atacantes, mas era passe errado atrás de passe errado. Os nossos queridos volantes pouco renderam na hora de ajudar a marcar e pouco renderam na hora de ajudar a ligar com o ataque, logo pouco renderam.


O Ataque fez o de quase sempre, Thiago Ribeiro apresentou um jogo razoável, pouco abaixo do que lhe é de costume, mas o futebol que mandam ele praticar. Não espero muito mais dele. Kléber deu um show à parte. Se alguma coisa valeu à pena nesse jogo, foi a objetividade do Kléber, e foi à pena mesmo, porque acabou expulso o menino.


Adilson fez o que manda o manual, na hora que precisou mandou o time pra cima, chegamos a ficar com três atacantes em campo. Escalou o que supostamente temos de melhor e não inventou demais. Tentou, nas substituições, tampar um buraco que continuou aberto, de onde vieram os gols adversários. Essa tem sido umas das nossas maiores dores de cabeça.


Alguém, por favor, vai à toca II e avisa o Diego Renan que lateral também marca, também fecha atrás, também dá combate. Assim tá ficando cada vez mais difícil.


Detalhes do Jogo:


Escalação Celeste:

Fábio

Jonathan, Thiago Heleno, Leonardo Silva, Diego Renan(Gil)

Marquinhos Paraná, Henrique, Pedro Ken, Roger(Eliandro)

Thiago Ribeiro(Bernardo) e Kleber

DEPORTIVO ITALIA  2 X 2  CRUZEIRO

Blanco 11’                         Kléber 26’ e 50' 

McIntosh 65’            

Cartões:
Giroletti, McIntosh e Morales; Kleber, Leonardo Silva, Thiago Ribeiro e Henrique
Rafael Lobo; Kleber


No final das contas ficou mais ou menos azul nos gramados.

Ainda tenho fé no Cruzeiro. Vamos Cruzeiro querido de tradição...!!

Libertadores quae sera tamem
Por baixo dos panos:

Senti saudades do Gilberto, acho que ele seria providencial nesse jogo, Também senti saudades do Elicarlos ao ver o futebol do Pedro Ken. Tomara que as coisas melhorem, quero ver o Cruzeiro Tri da Libertadores esse ano.
Agora que está na hora de sentir saudades mesmo, quando será que o Fernandinho volta a jogar?